sábado, 30 de maio de 2009

INCITATUS E O ERRO ADMINISTRATIVO


Quando se acha que nada mais surpreende naquilo que a política tem de pior, dada a sucessão de escândalos e os incontáveis exemplos de má utilização dos recursos públicos, ainda é possível se indignar, mesmo que diante de um ato, digamos, menor diante da dimensão monstruosa das estripulias cometidas pelos nossos bravos representantes (isso mesmo: eles nãos representam, foram eleitos pelo sufrágio universal!).

Na última quinta-feira, dia 28, o presidente do Senado, José Sarney, conseguiu provocar aquela sensação que mistura nojo e incredulidade.

Flagrado recebendo auxílio-moradia, uma das incontáveis mordomias concedidas a senadores e deputados, mesmo tendo uma mansão luxuosa em Brasília, Sarney apareceu diante das câmeras de televisão para dizer que não pediu para receber o “mimo” e que -acreditem- não percebeu que esses recursos estavam sendo depositados em sua conta. Isso depois de ter negado receber tal auxílio e ser desmentido pelos fatos.

Recebeu sim e agora anuncia que vai devolver o dinheiro ganho ilegalmente, cerca de 3 mil e 800 reais por mês. Pediu desculpas com uma cara de pau merecedora de hectolitros de óleo de peroba e ficou por isso mesmo.

Sempre fica por isso mesmo.

Inacreditável Sarney, esse primor de desprendimento, que não percebe nem o dinheiro que cai na sua conta. Ou, por outra leitura, 3 mil e 800 reais é pouca coisa para ele.

José Sarney representa o secular coronelismo político que é uma marca da política brasileira. Controla o Maranhão com mão de ferro e paralelamente ao domínio da máquina estatal, construiu um patrimônio invejável.

Ícone da ditadura militar, o acaso deu-lhe a presidência da República após a redemocratização do Brasil. Foi um presidente de triste memória, virou senador pelo insignificante Amapá e, no melhor estilo PT de escolher aliados, quando parecia viver o ocaso político, ganhou a presidência do Senado no início do ano.

Sua posse foi como a abertura de uma porteira, ou da tampa de uma privada. Não passa uma semana sem que algo de errado brote das entranhas do Senado. Embora, é sempre bom repetir, sempre fica por isso mesmo.

Acabou o espetáculo de caradurismo?

Ainda não. Nunca acaba.

Flagrado Sarney e, justiça seja feita ele não está sozinho nisso, flagrados outros senadores recebendo auxílio-moradia sem precisar, veio a explicação do próprio Senado: tudo não passou de um erro administrativo.

Isso mesmo: um reles erro administrativo.

Seria o caso de rolar de rir. Mas, decididamente, não é esse o caso.

Não é mesmo.

___________________

Reza a história que no ano 40 d.C., o imperador romano Caio César, o Calígula, nomeou seu cavalo, Incitatus, para o Senado Romano. Um Incitatus no Senado Brasileiro de hoje causaria menos estupor.
E sairia bem mais barato.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

NEM TUDO NA VIDA (E NO ÔNIBUS) É PASSAGEIRO...

Há muito tempo que Itabuna e Ilhéus superaram barreiras geográficas e disputas paroquiais, quase provincianas.

As duas principais cidades do Sul da Bahia, que abrigam cerca de 600 mil habitantes, praticamente se completam.

Itabuna como pólo comercial, educacional, médico e prestador de serviços.

Ilhéus como pólo turístico e tecnológico, além de abrigar em seu território a Uesc e a Ceplac, que ficam no meio do caminho mas estão em território ilheense.

Portanto, nada mais natural que uma integração permanente e um fluxo constante de pessoas entre as duas cidades.

Pode até ser natural, mas de uns tempos para cá deixou de ser seguro.

Um trajeto de menos de trinta quilômetros, que se percorre em menos de meia hora, tornou-se arriscado por conta dos freqüentes assaltos a ônibus.

Isso mesmo: uma prosaica e rotineira viagem de ônibus tornou-se um risco.

As pessoas já viajam com medo, falando sobre assaltos que presenciaram.

O mais incrível é que nesse trecho existe um posto da polícia rodoviária, e uma base do TOR (Tático Ostensivo Rodoiviário), nem isso consegue inibir os bandidos.

Vez por outra a polícia realiza blitz, mas elas não esporádicas, não resolvem.

A insegurança que torna arriscada até uma simples ida a Ilhéus ou vice-versa é a mesma insegurança que torna rotineiros os assaltos, arrombamentos e assassinatos que nos colocam em meio ao fogo cruzado de uma terra sem lei e sem ordem.

Que faz o número de homicídios disparar, especialmente nos finais de semana em Itabuna, Ilhéus e em praticamente todas as cidades sulbaianas.

Se acrescentarmos aqui os assaltos aos coletivos que fazem as linhas urbanas de Ilhéus e Itabuna, cada vez mais freqüentes, temos a situação absurda em que o cidadão está perdendo até o sagrado direito e ir e vir.

Enquanto isso, por omissão das nossas autoridades, a bandidagem está aí, livre, leve e solta.

Como se vê, tudo na vida (e no ônibus) é passageiro.

Menos o motorista e o bandido.

Porque até o pobre do cobrador já se tornou uma espécie em extinção, dentro dessa selvageria que atende pelo nome de capitalismo.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

(IN)FELIZ ANIVERSÁRIO


Se vivo estivesse, Manuel Leal, meu velho capo, estaria fazendo 79 anos nesta sexta-feira, dia 29 de maio.

Mas, vivo Manuel não está, visto que foi brutalmente assassinado em janeiro de 1998, num crime covarde e brutal.

Enquanto assassinos e mandantes comemoram a impunidade, a gente só tem a lamentar a falta que Leal faz.

VISTA NOTURNA, VIDA NOTURNA



A iluminação cênica a na Ponte Lomanto Junior, que liga o centro de Ilhéus ao Pontal e às praias do litoral sul, é um exemplo de que até uma simples intervenção urbana pode deixar a cidade mais bonita.

A vista noturna da Baia do Pontal, verdadeira maravilha da natureza, ganhou tons de cartão postal.

Pena, para os boêmios de plantão, que se ganha em vista noturna, a vida noturna de Ilhéus é tão animada quanto um convento de freirinhas enclausuradas.

Mas, que a ponte ficou lindona, ficou!!!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

SHOW DO MILHÃO (DE MUDAS)

O governador Jaques Wagner acaba de incluir mais uma atividade em sua agenda em Ilhéus, que inclui o vôo inaugural da TRIP, entrega da reforme e iluminação da ponte Lomanto Junior e a assinatura das ordens de serviço para a construção do Aterro Sanitário e da sede do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Wagner fará também a entrega de um milhão de mudas de seringueira. A entrega beneficia três mil agricultores de 40 cidades do Baixo Sul, Sul e Extremo Sul da Bahia e faz parte do PAC do Cacau.

Dois agricultores receberão mudas das mãos do governador. A distribuição propriamente dita será coordenada pela Seagri.

terça-feira, 26 de maio de 2009

ENFIM, O ATERRO SANITÁRIO DE ILHÉUS

A visita do governador Jaques Wagner a Ilhéus não se limitará ao vôo inaugural da TRIP e a entrega da ponte Lomanto Junior, reformada e iluminada.

O governador assina também a ordem de serviço para construção de um aterro sanitário em Ilhéus, pondo fim àquele horror que é o lixão do Cururupe, verdadeiro atentado à dignidade humana e ao meio-ambiente.

Meno male, como diriam os italianos.

VIVA O GORDO!


Se o Corinthians arriscou com Ronaldo e deu certo.

Se o Palmeiras resolveu ir na mesma linha e contratou Obina.

Entonces, se é para resolver a crônica falta de gols, o São Paulo bem que poderia contratar Jô Soares para atuar como atacante.

Os clubes paulistas, enfim, resolveram investir em contratações de peso. E bota peso nisso...

PROGRAMA DE INDIO



Em abril de 1997, o índio Galdino de Jesus, foi queimado vivo por adolescentes de classe média em Brasília. Na aldeia Paraguassu-Caramurú pataxó hã hã hãe em Pau Brasil, a morte de Galdino gerou um clima de revolta e indignação. O choro da mãe de Galdino, que não entendia como alguém poderia ter sido assassinado de maneira tão brutal, era o choro de um povo acostumado a ser massacrado e espoliado ao logo de séculos.

Galdino estava em Brasília lutando justamente pela demarcação de áreas reivindicadas pelos pataxós hã hã hãe em Pau Brasil. Até hoje, a Justiça ainda não resolveu a questão, que se arrasta há duas décadas.

No ano 2000, em Porto Seguro, bombas de gás lacrimogêneo, tiros com balas de borracha e cassetetes atingiram pessoas indefesas, numa bestialidade da Polícia Militar contra os índios pataxós de Coroa Vermelha, impedidos por barricadas de se deslocar até Porto Seguro, onde o presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador Antonio Carlos Magalhães (que a época comandava o estado como se fosse uma Capitania) e uma comitiva de políticos e empresários comemoravam os 500 anos do Descobrimento.

Era uma festa, sem direito à contestação dos indígenas, que não aceitaram o papel de figurantes e, apoiados pelo movimento negro e pelos estudantes, decidiram mostrar ao mundo que o que as autoridades chamavam de descobrimento poderia ser entendido também como ocupação ou usurpação.




Naquela Coroa Vermelha em chamas, contrastando com a Porto Seguro em festa, retratava-se o fosse e o muro que separam o Brasil rico do Brasil dos milhões de excluídos. Os índios submetidos a pancadaria, eram o exemplo pronto e acabado da Casa Grande e Senzala.

A exemplo de Pau Brasil, embora as imagens da violência tivessem ganhado o mundo, pouca coisa mudou de lá para cá. Os índios de Coroa Vermelha continuam vivendo em condições subhumanas, “vendidos” aos turistas do Brasil e do Exterior como algo exótico. Nada diferente da sensação de quem visita um zoológico, com a considerável diferença de que ali se encontram seres humanos, legítimos donos de uma terra que era de seus ancestrais até a chegada dos portugueses e o início de uma história por demais conhecida.

A lembrança de Galdino e da pancadaria de Coroa Vermelha, vem a propósito por conta da pendenga judicial que está por se iniciar em Ilhéus com a decisão da Funai de reconhecer como sendo propriedade dos índios tupinambás uma área de 48 mil hectares, que envolve parte dos municípios de Ilhéus, Uma e Buerarema.

A se confirmar a demarcação, Olivença, com todo o seu complexo hoteleiro, além de pequenas propriedades rurais. O tema, como era de se esperar, está gerando controvérsias e debates acalorados.
Séculos atrás, os tupinambás foram vitimas de um massacre que, diz a lenda, cobriu de sangue o trecho de praia entre o Cururupe e Olivença. Quase foram extintos e hoje lutam para recuperar não apenas a terra que julgam lhes pertencer, mas a própria identidade.

Por envolver áreas urbanas e uma estrutura turística que é um dos esteios da frágil economia ilheense e também por envolver injustiças históricas, trata-se de uma situação em que interessa menos o conflito e mais o bom senso.

Há que se encontrar uma saída que evite prejuízos a milhares de pessoas e que ao mesmo permita aos tupinambás uma vida menos dura.

A melhor arma, nesse caso, é o diálogo.

De vítimas, essa história já está cheia demais.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

ESCALA EM ILHÉUS

O governador Jaques Wagner aterrissa em Ilhéus na próxima quarta-feira, dia 27.

Literalmente.

Ele participa do vôo inaugural da linha Salvador-Ilhéus da companhia aérea TRIP, que passa a operar na cidade e em seguida acompanha a entrega da reforma da estrutura e do sistema de iluminação da ponte Lomanto Junior, que liga o centro ao Pontal e às praias do litoral sul.

A vinda a Ilhéus é mais uma escala do novo estilo de Wagner, que decidiu botar o pé na estrada (ou nos ares, quando for o caso), inaugurando obras e anunciando projetos em todos os cantos da Bahia.

Tudo a ver com 2010, já que apesar dos olhares gulosos de adversários e também de alguns aliados, Wagner se acha com todo o direito de ´sentar na janelinha´, como diria o famoso filósofo-futebolista, Romário.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A MULHER DA CAIXA DE CHICLETES


Vez por outra somos surpreendidos por notícias dando conta de que pessoas que cometeram pequenos delitos, cuja punição poderia ser transformada em prestação de serviços comunitários, permanecem encarceradas, como se fossem marginais de altíssima periculosidade.

A mais recente, e não necessariamente a última, demonstração de que a justiça nem sempre é justa envolve uma mulher de Sete Lagoas (Minas Gerais) que está presa desde 2007 por ter furtado caixas de chicletes de um supermercado. As caixas somavam juntas o “estratosférico” valor de R$ 98,80.

A mulher vai completar três anos na cadeia e um pedido de habeas corpus acaba de ser negado por Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) .

O fato de que a mais alta corte da justiça brasileira tenha que julgar um delito menor já é por si só um absurdo.

Absurdo maior é o ministro negar a soltura de uma pessoa presa por ter roubado caixas de chicletes, ainda que o magistrado tenha agido estritamente dentro da lei.

A lei, ora a lei!

Ela, que deveria ser igual para todos, é extremamente rigorosa com os ladrões de galinha (e de chicletes) e inacreditavelmente flexível com os que cometem grandes golpes, sejam eles mega-empresários, banqueiros ou políticos.

Casos dessa flexibilidade existem aos montes. Os chamados “tubarões” quando são presos, passam pouco tempo na cadeia, porque sempre aparece um proverbial habeas corpus que garante a liberdade e a impunidade.

Tudo dentro da lei, porque sempre existe uma filigrana, uma brechinha que permite aos grandes ladrões (porque na prática eles são isso mesmo, ladrões) evitarem o dissabor de uma temporada atrás das grades.

A lei, ora a lei!

Ágil para quem dispõe de bons advogados e de prestígio (ou das duas coisas juntas) ela é lenta para os pobres coitados que dependem da assistência judiciária gratuita e tem seus processos caminhando, quando caminham, a passos de tartaruga em meio à burocracia da justiça.

O que para os afortunados leva dias, ou às vezes poucas horas, para os desvalidos pode demorar anos.

No caso da mulher da caixa de chicletes, Marco Aurélio Melo baseou sua decisão de negar o pedido de hábeas corpus baseado no entendimento de que não se tratou de um furto famélico, ou seja, ela não roubou para saciar a fome.

Deveria valer também para aqueles que, ao saquear cofres públicos e aplicar grandes golpes no sistema financeiro (sempre absorvidos pelo governo), saciam a própria gula e condenam à fome milhares, milhões de pessoas que poderiam ser beneficiadas com os recursos desviados.

Mas, ai já entramos no campo da subjetividade.

Na frieza da lei, a mulher da caixa de chicletes e outros tantos ladrões de galinha vão continuar mofando atrás das grades, pelo fato de terem sido presos em flagrante delito.

Como é difícil pegar um larápio VIP com a mão na grana e a boca no cofre, eles continuarão respondendo os processos em liberdade, de recurso em recurso, até o julgamento final, que pode acontecer no Dia de São Nunca.

Nossa Justiça não é apenas cega, como também pode ser surda e muda.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

TAPE OS OUVIDOS E FECHE OS OLHOS



De acordo com notícia publicada no jornal Folha de São Paulo, o Ibope realizará no final do mês uma pesquisa para testar pelo menos cinco candidatos do PT à sucessão de Lula. O objetivo é indicar qual deles, numa eventual impossibilidade da candidatura de Dilma Roussef por conta de sua doença, reúne maiores condições de enfrentar o favorito José Serra, do PSDB.

Entre os nomes que serão colocados para avaliação está o do governador da Bahia, Jaques Wagner.

Não é a primeira vez que o nome de Wagner aparece como provável candidato a suceder Lula. Sua atuação serena e segura no auge da crise do mensalão, que quase afunda Lula e produziu estragos no PT, lhe deu dimensão nacional, a ponto do próprio presidente ter tentado demovê-lo da disputa pelo governo baiano, que se apresentava como uma espécie de missão impossível, para ajudá-lo na reeleição.

Wagner decidiu mostrar que a missão era possível, impôs uma derrota histórica ao carlismo e catapultou seu nome como liderança nacional, candidato de primeira linha à sucessão de Lula. A opção petista por Dilma Roussef, a candidata de maior visibilidade, tirou Wagne dos holofotes nacionais, pelo menos em nível de eleição presidencial, para onde ele retorna agora por conta a enfermidade da ministra chave da Casa Civil e “mãe” do PAC.

Péssima hora!

A reinserção de Jaques Wagner na disputa presidencial, ainda que seja uma hipótese remota, visto que Lula tem repetido que a candidata do PT é Dilma e ponto final, se dá num momento em que o governador convive com uma das crises políticas cíclicas, provocadas pelo PMDB, que pela enésima vez ameaça lançar candidatura própria ao governo baiano.

No caso, a candidatura do ministro da Integração Nacional. Geddel Vieira Lima. Bem ao seu estilo, Geddel não diz que é candidato; Nem que não é. Mas seu partido diz que quer lançar um candidato. E Geddel diz que é homem de partido e vai seguir o que o partido determinar. Um craque no jogo de palavras e na dissimulação.
Colocar Wagner na sucessão presidencial, mesmo que seja apenas em hipótese, é embolar a sucessão baiana, alimentar a gula do PMDB pelo Palácio de Ondina e instalar a insegurança entre os aliados (notadamente os que não estavam juntos na histórica eleição de 2006).

Não acrescenta nada no plano nacional, porque tudo indica que a candidata do PT será mesmo Dilma (ou o próprio Lula, não se descarte essa possibilidade) e ainda embaralha o jogo no plano estadual, justamente no momento em que Wagner, favorito em todas as pesquisas de intenção de voto, precisa focar os rumos de seu governo, que tem inúmeros acertos e avanços que devem ser realçados e mostrados à população; reafirmar sua candidatura e cobrar uma definição do que os peemedebistas querem da vida.

De mais a mais, pode fazer muito bem para o ego ser lembrado como um potencial candidato à sucessão de Lula.

Mas, foi justamente o ego e uma avaliação completamente equivocada que levaram Waldir Pires a cometer aquele que foi seguramente o seu pior erro político.
Waldir entregou o governo da Bahia, conquistado igualmente após uma vitória histórica sobre o carlismo, nas mãos do PMDB e foi se aventurar (ou melhor, desventurar) na barca furada como vice de Ulisses Guimarães.

Com a saída de Waldir, ACM voltou ainda mais forte, dominou a Bahia por mais duas décadas até ser derrotado por Jaques Wagner.

ACM morreu, mas o carlismo e suas adaptações mal disfarçadas não.

A sereia canta. É de bom alvitre tapar os ouvidos.

E abrir os olhos...

CAIXA DE SURPRESAS



A Caixa Econômica Federal se jacta de ser um “banco social”.

Faz sentido: está socializando a exploração.

A CEF cobre taxa até de quem faz um reles saque no caixa eletrônico, sem contar as cobranças, que resvalam para o constrangimento, de mutuários que atrasam, mesmo que seja por alguns dias, o pagamento do financiamento do imóvel.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

ACHEI UM FILÓSOFO NA BEIRA DA ESTRADA


No trecho entre Itororó e Firmino Alves da rodovia BA 415, um artista anônimo tascou uma frase de Friedrich Nietzsche num pedaço de rocha.

A citação do filósofo alemão foi colocada às margens da rodovia e passa praticamente despercebida. Não deveria.

Correr não é preciso. Refletir sobre a real dimensão do ser humano diante do mundo, é.

Ou deveria ser.

Filosofei. Mal, mas filosofei...

SEM QUERER QUERENDO


Na medida em que aumentam as incertezas em relação à maneira como a ministra Dilma Roussef, principal candidata do PT à presidência da República em 2010, vai suportar os efeitos do tratamento contra um câncer, crescem as especulações em torno de uma medida casuística que proporcionaria a Lula a chance de disputar um terceiro mandato consecutivo.

Além da movimentação de bastidores, dá-se como certo que o deputado federal Jackson Barreto vai apresentar uma proposta que viabilize a re-reeleição, muito provavelmente um plebiscito, em que a população decidiria se Lula pode ou não disputar a eleição no ano que vem.

Enquanto Dilma seguia firme e forte como a “mãe” do Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC, percorrendo o Brasil de cima a baixo ao lado de Lula, com chances de vitória em 2010, a despeito do favoritismo de José Serra, a tese da re-reeleição, que não é nova, estava hibernando.

O próprio Lula foi o primeiro a descartar a proposta e lideranças do PT sempre fizeram questão de manter distância do assunto, deixando a incumbência para deputados obscuros de partidos nanicos.

Jackson Barreto, entretanto, pode não ser do primeiro time do Congresso Nacional, mas seu partido, o PMDB, está longe de ser nanico. Ao contrário, possui a maior bancada na Câmara e no Senado e será uma espécie de fiel da balança na sucessão presidencial. Jackson Barreto não está falando em nome do partido, mas não seria idiota a ponte de apresentar uma proposta de tamanho potencial político se ela não tivesse a chance de seguir adiante.

Com as incertezas em torno do nome de Dilma e sem que o PT tenha um “plano B”, os holofotes se voltam para Lula.

O presidente e o partido podem até fazer jogo de cena, como se nada tivessem a ver com isso. Mas, em sã consciência, ser houver a possibilidade da re-reeleição porque não tentá-la?

Ou será que o PT e seus aliados mais fiéis estão dispostos a passar o apetitoso bolo para os tucanos degustarem?

Casuísmo ou não, a proposta fatalmente teria respaldo popular.

Lula, a despeito de crise que virou de ponta cabeça a economia mundial, desfruta de um prestígio que beira o sobrenatural junto aos brasileiros, especialmente as classes C e D, as primeiras beneficiadas pelo crédito fácil e as segundas pelos generosos programas de transferência de renda, com o Bolsa Família. E são eles que decidem um eventual plebiscito e depois decidem também a eleição.

A oposição, PSDB e DEM à frente, sabe que com Lula no páreo, o favoritismo de Serra esfarela. A política é muito dinâmica, o que se diz e/ou escreve hoje pode não valer nada amanhã, mas mantida a tendência atual, Lula seria imbatível.

O tema re-reeleição, portanto, deve deixar de ser tratado como uma excentricidade ou delírio de alguns lunáticos e entrar na ordem do dia.

O PT pode até perder a mãe (do PAC), mas pelo jeito não vai perder a chance de emplacar o pai (dos pobres) mais uma vez, se assim o Congresso Nacional permitir e o povo quiser.

No melhor estilo Chavez ,perdão Chaves: sem querer querendo...

terça-feira, 19 de maio de 2009

COCÓRICÓ



O Governo da Bahia está recuperando um trecho de cerca de 60 quilômetros na estrada que liga Itororó a Potiraguá.

A rodovia é um importante elo de ligação do Sudoeste e Oeste do estado, além de Goiás, Tocantins e Brasília, com a região turística de Porto Seguro.

A exemplo das demais estradas que são sendo recuperadas, a pavimentação é de primeiríssima qualidade.

Sabem quantas placas existem, indicando que a obra é do Governo da Bahia?

A resposta é: NENHUMA PLACA.

É a tal da “síndrome da pata”. Bota um baita ovo, mas como não faz barulho, ninguém fica sabendo.

Já as galinhas passadas, botavam uns ovinhos que nem eram de ouro.

Mas faziam um barulho danado...

TRISTES MANHÃS DE DOMINGO


Domingo, 11 horas da manhã. Dia tranqüilo no bairro São Caetano, em Itabuna, antes que os bares comecem a lotar e dar vida ao local.

Numa rua igualmente tranqüila, um grupo formado por cerca de cinco meninos fuma crack na frente dos moradores. Passam de mão em mão o inconfundível cachimbo improvisado. Numa outra esquina, são três meninos deitados no chão, se drogando.

A idade dos menos varia entre 8 e 12 anos. Apenas um deles, com jeito de líder da turma, aparenta ter uns 16 anos.

Estão todos descalços, com roupas rasgadas, o olhar perdido, transpirando revolta.

Abordado por um morador sobre o uso da droga, um dos meninos responde secamente:

-Ô tio, fodidos como nós vive, só chapado mesmo.

E lá foi a turma de meninos drogados, batendo de porta em porta, pedindo comida, uma roupa velha. Com o jeito ameaçador de quem não tem nem tem o direito de ser criança e para quem a vida não faz qualquer sentido.

Os meninos do São Caetano são os meninos do Santo Antonio, do Conceição, do Pontalzinho, do Califórnia, do centro da cidade.

De Itabuna, de Ilhéus. Meninos do Brasil.

São milhares, talvez milhões. Lançados à própria sorte.

Sem casa e sem família.

Sem saúde, sem escola, sem lazer.

Sem futuro.

Para esses meninos, não basta a repressão policial, o encaminhamento para os centros de recuperação que na maioria das vezes não recuperam e se tornam um curso avançado para o mundo do crime.

Não basta, também, localizar e prender os traficantes que vendem drogas abertamente, uma das razões para a assustadora escalada do crack, antes reduzida à capital paulista e que se espalhou para todo o Brasil, nas grandes médias e pequenas cidades, em todas as classes sociais.

O que esses meninos necessitam é de políticas públicas eficientes que os tirem das ruas.

Emprego para seus pais, direito a habitação, escola, atividades culturais e esportivas.

Coisas que para esses menores excluídos não passam de abstração, delírio.

Nossos políticos, inebriados e entorpecidos pela droga do poder, deveriam abrir os olhos (ou sair do torpor) e dar atenção a essa legião de meninos sem futuro, a perambular por ruas e praças.

Não dá para pensar num país com justiça social enquanto houver crianças que trocam o brinquedo pela droga e, num segundo e inevitável estágio, pelas armas, espreitando a morte prematura e inevitável em cada esquina.

Impossível não se comover com o infortúnio desses meninos e meninas que poderiam ser nossos filhos, afundados na drogas em tristes manhãs de domingo e em todos os dias da semana.

Mas, de comoção é o que eles menos precisam.

Eles precisam é de ação.

Que rima com educação, com inclusão.

E que rima também, mas não deveria, com omissão!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

PULA, NÃO PULA

O português assistia ao lado de um amigo uma reportagem na televisão em que um rapaz ameaçava pular do alto do prédio. Ai o amigo falou:

-Quer apostar que ele pula?

O português topou:

-Pois eu aposto que ele não pula...

Pula, não pula, pula, não pula. O rapaz finalmente pula e se arrebenta todo no chão.

Sem reclamar, o portuga pagou a aposta. Mas o amigo, meio sem graça, não aceitou o dinheiro:

-Vou ser sincero, eu já tinha visto essa reportagem antes e sabia que o cara iria pular...

E o gajo:

-Nada disso, pode ficar com o dinheiro. Eu também tinha visto essa reportagem e achei que o rapaz não teria coragem de se atirar de novo.

********

Na política baiana, o PT se comporta como o português da piada. Já viu o final do filme, mas aposta que dessa vez será diferente...

FESTIVAL DO CHOCOLATE




Até o comercial, produzido pelo Marco Lessa, da M21, é de dar água na boca.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

EU BEBO SIM...E VOU JOGANDO

A imprensa paulista, patrulheira que só ela, não dá folga.

Começam a aparecer nos sites fotos de Ronaldo tomando todas e com aquela inconfundível cara de bebum.

A cachaçada aconteceu na festa de comemoração do título paulista, conquistado pelo Corinthians, com a inestimável colaboração de Ronaldo e seus gols decisivos.

Quer dizer então que o cara é dado como acabado para o futebol, mera jogada de marketing (inclusive por este blogueiro), volta a jogar uma barbaridade, é campeão pelo time mais popular de São Paulo e não pode nem tomar umas?

Ronaldo pode até cantar:

“E bebo sim, e estou jogando pra c...Tem gente que não bebe e não joga p...nenhuma” (hic)





TERRA DE NINGUÉM


Beira a obscenidade o nível de violência que atinge Itabuna, fruto da completa falta de segurança que transforma todos os cidadãos em reféns, vítimas potenciais da bandidagem.

Somente no ultimo final de semana, quatro pessoas foram assassinadas no município, em locais abertos, como se os assassinos soubessem que não corriam o risco de serem presos. Não foram mesmo.

Homicídios são a parte mais visível -e sangrenta- dessa onda de violência que já foi cíclica e agora parece permanente. Mata-se por qualquer motivo e com cada vez mais freqüência.

Mas a onda de violência não se limita às mortes seriais, ao contrário.

Assaltos, arrombamentos e roubos de veículos acontecem aos borbotões em Itabuna.

No centro da cidade, mesmo com o monitoramento eletrônico, os comerciantes vivem às voltas com os marginais, que cometem assaltos em qualquer horário, sempre contando com a proverbial ausência de policiais por perto. Os ´motobandidos´ se tornaram uma praga tão disseminada que parecem integrados à paisagem urbana, como antigamente o eram a Igreja Matriz, a agência do Banco do Brasil e a filial das Lojas Pernambucanas.

Se no centro a situação é crítica, nos bairros imperam as leis do terror e do silêncio. O medo da violência facilita ainda mais a ação dos marginais, porque ninguém vê nada, mesmo quando vê.

Arrombamentos de residências estampam diariamente as páginas dos jornais, assim como os assaltos, em que o alvo preferencial são os telefones celulares, geralmente trocados por drogas.

A violência às vezes gera situações que provocariam risos, houvesse motivos para achar graça.

Nos últimos dias, foram registrados dois casos de um suposto taxi-lotação, atuando nos bairros. O suposto motorista de táxi, com dois supostos passageiros, aborda uma pessoa no ponto de ônibus, pergunta aonde ela vai e oferece a corrida pelo preço de passagem do coletivo.

O sujeito aceita de bom grado, sem saber que o motorista e os passageiros são na verdade ladrões. Quando descobre, já perdeu o celular e o que tinha no bolso. Era um assalto.

Como se vê, nesses tempos bicudos, tudo na vida é passageiro. Menos o motorista, o cobrador e os bandidos.

Cobrar uma ação mais efetiva na área de segurança pública é uma questão recorrente, tanto que já se pediu e se pede. Mas, nada ou muito pouco tem sido feito para coibir a criminalidade.

Não é uma questão meramente de Itabuna, é bom que se diga. A violência é um problema nacional.

Entretanto, aqui é a nossa casa e é aqui que a gente sente o problema de perto.

É aqui que a gente vive. Ou sobrevive, para ser mais exato.



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A situação do Departamento de Polícia Técnica em Itabuna, em que a espera por um laudo chega há quatro meses, pode ser definida numa só palavra: vergonha!

Não é nada, não é nada, tem tudo a ver.

NAVEGAR É PRECISO

Deu em A Tarde: “O ministro Pedro Brito (Secretaria Especial dos Portos) ligou para Jaques Wagner e bateu o martelo: vai viajar com Lula hoje e, assim que voltar, nomeia José Moniz Rebouças, o indicado de Otto Alencar, para a direção da Companhia das Docas da Bahia (Codeba).

A notícia é dada exatamente no dia em que instituições como a ACB (Associação Comercial da Bahia), ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários) e Sindopsa (Sindicato dos Operadores Portuários de Salvador) defenderam a permanência na Codeba do atual presidente em exercício, Newton Dias, funcionário de carreira que lá está desde que Marco Antônio Rocha, indicado de Lídice da Mata, pediu demissão por não concordar com a forma como o governo quer conduzir a ampliação do Porto (é a favor de nova licitação e não o aditamento do contrato que beneficia o Tecon, atual operador).

Dizem os representantes dessas entidades que Dias foi quem mais tempo ficou no cargo, que os portos baianos vivem um momento crítico (o volume de cargas caiu 28,3% no trimestre) e o tratamento da questão deve ser técnico e não político.”

(Do site Política Livre)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

CRISE CONJUGAL


Amor mesmo, daqueles que fazem o peito pulsar mais forte, a alma se inquietar e a paixão suplantar a razão, nunca houve.

Foi, explicita e implicitamente, um casamento de conveniência.

Com ótimos dividendos para ambas as partes.

Com o casamento e a força que recebeu dela, ele conseguiu a presidência de uma importante e cobiçada empresa, derrotando gente muito mais poderosa e que estava há bem mais tempo no negócio.

Verdade que, grato e generoso, distribuiu milhares de cargos, alguns deles de direção, aos parentes e amigos dela. Foram tantos os cargos e mimos que chegou a provocar um mal disfarçado ciúme entre os parentes e protegidos dele.

Ele foi mais além. Conseguiu para ela um cargo de expressão nacional, graças ao prestígio que desfrutava com o presidente da empresa. Um daqueles cargos de sonho, que combinam prestígio e uma verba monumental para gastar.

Em suma: mesmo sem amor (deixemos o amor para os poetas e sonhadores e abracemos o pragmatismo), tinha tudo para ser um casamento sólido, duradouro e próspero.

Não, eterno e infinito, não!

Isso, definitivamente, é coisa para poetas e sonhadores.

Mas nunca foi sólido e, ao que tudo indica, nem será duradouro.

A verdade é que, mesmo coberta de afagos, ela nunca escondeu o desejo de ocupar justamente o cargo dele.

Mesmo sem atacá-lo diretamente, já que dispõe de gente disposta a fazê-lo, não foram poucas as vezes em que ela ameaçou romper os laços matrimoniais, num divórcio permanentemente anunciado, mas adiado sabe-se lá até quando.

Dizem que, apesar das ameaças de separação, ela sabe que não chegará tão longe quanto deseja sem estar ao lado dele. Mas finge que pode vencer sozinha.

Tem sido tantas as diatribes que alguns amigos leais a ele pregaram abertamente o divórcio, com a conseqüente entrega da montanha de cargos que alimentam e impulsionam os projetos pessoais dela.

Por conta do imponderável desse tipo de relação, um desses amigos acabou ejetado do próprio cargo, por ter a coragem de dizer publicamente o que os outros apenas sussurram. Não vai aqui se dizer que o mandaram plantar batatas porque, além da perda do cargo, ele ainda seria vítima do trocadilho infame.

Entre tapas e beijos, o casamento se mantém há dois anos e meio.

Atualmente na fase dos muitos tapas e poucos beijos, enfrenta a sua maior crise.

Os aliados de ambos estão excitados. Uns, para por fim à crise conjugal e manter a relação. Outros, para acabar logo essa união que nasceu com data de validade.

Ela já nem disfarça que deseja o cargo dele e sinaliza até data para o divórcio.

Pode ser que seja para valer, pode ser que seja apenas mais um muxoxo dela, quem sabe em busca de mais mimos, mais benesses.

Está aí um casamento que nem Freud explica.

E que nem o padrinho deles, um sujeito bonachão chamado Lula, consegue fazer com que ambos se entendam.

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Esse texto é obra de ficção.

Mas qualquer semelhança com o que está acontecendo com o PT e o PMDB na Bahia NÃO é mera coincidência.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM


Quem viu o gol de antologia de Nilmar na vitória do Internacional sobre o Corinthians deve ter se perguntado:

-Um craque desse nível não deveria estar jogando na Europa?

Deveria, mas não está;

Nilmar, com seu gol digno de ser assinado por Pelé ou Maradona, é mais um exemplo desta tendência que se acentuou a partir do repatriamento de Ronaldo, que era para ser apenas uma espetacular jogada de marketing, mas acabou produzindo resultados dentro de campo.

Além de Nilmar e Ronaldo, temos Fred, no Fluminense, e Adriano, que acaba de ser incorporado ao Flamengo.

Fala-se, com insistência, no retorno de Ronaldinho Gaucho e de Robinho.

Todos são craques de primeira linha. Os dois Ronaldos ganharam o prêmio de melhor jogador do mundo, pela FIFA, e foram decisivos na conquista da Copa de 2002 pelo Brasil. Nilmar, Fred e Adriano tiverem momentos de brilho na Europa, embora estrelas fugazes em seus times.

É forçoso que se diga, a opção pelo Brasil não é apenas pelo desejo de retornar às origens. Ao contrário do que ocorria há alguns anos, jogadores brasileiros já não são as principais estrelas nos times de primeira linha da Europa.

Na Inglaterra, o português Cristiano Ronaldo é estrela do Manchester United; na Espanha, o argentino Lionel Messi é o gênio incontestável do Barcelona; na Alemanha, o francês Libery comanda o Bayern de Munique. A exceção brasileira é Kaká, que mesmo às voltas com contusões, é o maestro do Milan na Itália.

Ronaldinho Gaucho freqüenta o banco do Milan e não é nem uma pálida sombra do que foi no Barcelona. Robinho, que surgiu no Santos como um novo Pelé, não se firmou no Real Madrid da Espanha e hoje se perde em meio à mediocridade geral do Manchester City, timeco de segunda linha na Inglaterra.

Parte dos jogadores da Seleção Brasileira hoje joga em times da Ucrânia e da Rússia. Outros atuam em times medianos dos grandes centros europeus.

Daí que, entre freqüentar banco ou jogar em equipes que não disputam títulos, vale a pena perder algum dinheiro (ou muito dinheiro no caso de Adriano, mas esse é um caso para a psiquiatria) e jogar no Brasil, onde estão em casa e atuam em times de ponta e de grande torcida, como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Fluminense, Internacional, Grêmio, etc.

Já os clubes europeus, na ausência de super-craques brasileiros, preferem mudar o foco e apostar em jogadores das categorias de base, levados daqui ainda na adolescência. É uma aposta de risco, mas pode dar certo. Tanto que, vez por outra, nos deparemos com jogadores brasileiros, completamente desconhecidos, que fazem relativo sucesso na Europa, para então descobrir que nem chegaram a jogar em times nacionais.

De qualquer maneira, para quem se acostumou a um festival de pernas de pau maltratando a bola nos campeonatos brasileiros recentes, é um colírio pode desfrutar desses jogadores que, em meio à mediocridade geral, ainda conseguem produzir obras-primas como as de Nilmar contra o Corinthians e de Ronaldo contra o Santos.

Em terra de cego, que sejam bem vindos mesmo aqueles que têm um olho só.

terça-feira, 12 de maio de 2009

TEJE PRESO


Um candidato ao concurso da Polícia Militar da Bahia lamentou não ter visto seu nome entre os aprovados na etapa de Redação.

Também pudera! O dito cujo, segundo os amigos, é autor de duas preciosidades que merecem ser contadas.

1- Certa feita, numa mesa de bar, disse aos amigos que iria dar um tempo na cerveja, porque estava com excesso de “ácido sulfúrico” nos rins.

2- Na praia, ao ser alertado para o risco de comprar óculos de sol de um camelô, disse que não havia problema. “Eu sempre pergunto se a lente tem proteção contra os raios HIV”, assegurou.

Pelo menos esse não precisaria usar armas na caça à bandidagem. Bastaria abrir a boca. Enquanto o bandido rolava de rir, ele aproveitava e prendia.

NÓS VOTAMOS, ELES VOLTAM

O deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS) causou estupor ao declarar que estava "se lixando para a opinião pública" e que “a imprensa bate, bate e a gente se reelege”.

Moraes é relator do processo no Conselho de Ética da Câmara para a eventual de cassação do também deputado Edmar Moreira, aquele que ficou famoso por construir um castelo digno de um rei, sem explicar direito a origem dos recursos.

O caso do castelo é mais um dos muitos (maus) exemplos oferecidos pelo Congresso Nacional, onde a cada dia surgem denuncias envolvendo o baixo, o médio e o alto clero no escândalo das passagens aéreas; que deveriam ser utilizadas apenas para os nobres parlamentares quando em serviço, mas que viraram mimo para familiares, namoradas, amigos, primo do tio da sobrinha da comadre em viagens de turismo pelo Brasil e outros países como Estados Unidos, França, Itália, Espanha, Alemanha e até o Havaí.

Há mais de um mês, o Congresso sangra e se enlameia com uma sucessão de denuncias, que quanto mais os envolvidos tentam se explicar, mais demonstram a que ponto se chegou a farra com o suado dinheirinho dos nossos impostos, que é quem sustenta essa turma toda.

Apesar da indignação geral causada pela fala de Sérgio Moraes, justiça lhe seja feita: além de ser chegado como a maioria de seus colegas, numa mordomia da boa e de ter uma predileção em utilizar os serviços do disque-sexo (com recursos públicos, óbvio ululante!), ele foi de uma franqueza cavalar.

Colocou o dedo na ferida.

No quesito “opinião pública”, alguém tem dúvidas de que aquela Nobre Casa está pouco se lixando para o que pensa a patuléia ignara?

Houvesse alguma preocupação com o que pensa o cidadão comum e não haveria tanta gente, incluindo-se aí alguns que se apresentavam como paladinos da moralidade, sendo pega em traquinagens e agindo como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Na questão “bate, elege”, trata-se de uma lamentável constatação. A lista de senadores e deputados que passaram semanas e até meses expostos na mídia, não pelo que fizeram de bom pelo País, mas pelas falcatruas que cometeram; e depois se reelegeram é imensa.

Alguns retornaram ao Senado ou à Câmara com votações consagradoras. Desnecessário citar nomes, sob pena de esquecer alguns desses prodígios da democracia e/ou da falta de memória do eleitor.

Porque, é bom que se diga com todas as letras, eles voltam não porque a imprensa é omissa, mas porque tem gente (e é muita gente) que vota neles.

Enquanto não aprendermos a utilizar de forma correta essa arma preciosa que é o voto, eles sempre voltarão para continuar defendendo menos o interesse público e mais o interesse pessoal.

E continuarão se lixando para essa tal de “opinião pública”, que a julgar por alguns dos políticos que elege, não deve ter lá muita opinião.

Neste festival de cinismo que assola o país, o deputado Sérgio Moraes -quem diria- é um monumento à sinceridade.

sábado, 9 de maio de 2009

PIADA PRA BOI DORMIR


O caipira tinha um boizinho que era um exímio reprodutor. Bastava encostar uma vaquinha que ele “crau”.

Fazendeiros da vizinhança, que utilizavam o boi para emprenhar suas vaquinhas, acharam que o caipira estava ganhando muito dinheiro e concluíram que era mais negócio se cotizar e comprar o animal.

O caipira podia ser caipira, mas não era bobo e pediu uma grana alta pelo seu garanhão.

Os fazendeiros foram se queixar ao prefeito, que de olho nas próximas eleições resolveu comprar o boi e incorporá-lo ao patrimônio público.

Claro que aquilo era motivo para foguetório, discursos e show com uma indefectível banda de (argh!) axé music (?).

Os fogos espocaram, os discursos louvaram o prefeito benfeitor, o prefeito louvou sua benfeitoria e a banda tocou seus sucessos, aquelas músicas (?) geniais que rimam mãozinha com bundinha, joelhinho com peitinho e por aí vai...

Quando chegou a hora do ´gran finale´ botaram uma vaquinha jeitosinha ao lado do boi e ele... nada!

Espanto geral. Trouxeram outra vaca, bem gostosona, e o boi... nada de novo!

A oposição já pensava em pedir uma CPI do Não Valeu o Boi, quando um fazendeiro apareceu com uma vaca holandesa, cheirando a leite moça. Agora vai, disseram todos.

Não foi!

O caipira, com medo de que o negócio fosse desfeito, encostou no boi e falou, com todo jeito:

- O que é isso? Você não podia ver nem uma mula manca que já estava traçando e agora fica recusando essas vacas que nem eu dispensaria...

E o boi, na maior displicência:

-Então vai você. Eu agora sou funcionário público...

DECLARAÇÃO DE AMOR A UMA JOVEM CENTENÁRIA

HELENILSON CHAVES

Te conheci pelas mãos de meus pais, o que provocou em meu espírito uma alegria muito grande. Foi uma paixão à primeira vista que, tive certeza, perduraria para toda vida.

Homens audaciosos percorriam suas ruas, onde transbordavam oportunidades e imperava o espírito empreendedor.

Acompanhei o surgimento de uma civilização dinâmica, construída por pessoas que não tinham temor ao risco, por gente laboriosa, solidária e perseverante.

Freqüentei suas escolas, conheci essa gente determinada, que investiu em infra-estrutura e impulsionou o progresso, sem recorrer aos cofres públicos.

Atingistes um estágio tal que fostes, juntamente com as demais cidades em seu entorno, responsável por 70% das receitas que sustentavam essa imensa Bahia, embelezando a capital do estado com obras significativas, como o Centro Administrativo da Bahia e demais obras de modernização em Salvador.

Cresci e continuei com a mesma paixão, procurei te oferecer o meu trabalho, seguindo exemplos que foram tão edificantes, de gerações que ajudaram a te tornar uma metrópole.

Aqui criei e formei meus filhos, transmitindo-lhes e imensa paixão que sinto por você.

Confesso publicamente esse amor, que é para sempre, não apenas por você, Itabuna, mas por toda a região Sul da Bahia.

Sou grato a tudo o que recebi em troca da colaboração que dei para teu desenvolvimento.

É em nome desse amor por você, Itabuna, que me permito fazer alguns questionamentos.

-Porque estás tão triste, sem aquele viço nos olhos? As oportunidades rarearam, o abandono se reflete nas precárias condições de vida de sua gente, não se vê mais aquela força contagiante e renovadora, capaz de superar todas as crises, e por não acreditar, cometes o pecado da autofagia.

O que encontramos nas ruas são homens acuados, expectativas sombrias, vozes emudecidas. Gente incapaz de reagir, de dar a volta por cima, para te recolocar no lugar de destaque que é tua vocação e teu destino.

O que aconteceu? A auto-estima desapareceu?

Não tens mais representação política. Não há políticos interessados em te reerguer.

Parece ter desaparecido a vontade de ousar, de buscar o novo, que só se consegue através de atitudes ousadas, pois a audácia é o caminho certo para a fortuna. Não a fortuna de acumular recursos financeiros, mas sim, distribuindo os frutos dessa audácia para todos.

Tornastes o pasto preferido de políticos que perambulam pelo Estado, à espreita justamente daquelas pessoas que não conservam o amor próprio, nem a confiança no futuro.

São os mercadores do voto, que a cada quatro anos repetem promessas que nunca vão cumprir, porque não tem compromissos com a nossa gente. Será que você, Itabuna, perdeu a memória?

É preciso que tenhas a capacidade de valorizar seus filhos interessados em seu desenvolvimento, de eleger políticos que trabalhem pelo seu progresso.

Não podemos admitir que você continue entregue a esses “vendilhões do templo”, porque conquistados seus preciosos votos, eles desaparecem. Vale também para os seus filhos, a quem entregas com toda esperança e carinho a chave do cofre e os resultados tem sido muito catastróficos.

Itabuna, amada e querida, é preciso trilhar um caminho diferente, desenvolvendo todo o potencial que você tem e construindo uma nova realidade para sua gente.

Não podes mais dar ouvidos e respaldo aos vendedores de ilusões, que tanto tem te prejudicado, ao não te defenderes, nem lutar por melhorias para a tua população.

Precisas coibir a presença dos que não querem contribuir com o seu crescimento, que fazem tudo para ver o fracasso daqueles que te amam.

Continuo apaixonado por ti, Itabuna, declarando que serei sempre um trabalhador ardoroso, procurando colocá-la no lugar que mereces.

Não deixe que direitos adquiridos e garantidos pela nossa Justiça sejam relegados ao esquecimento, confirmando as palavras do grande baiano Ruy Barbosa, que dizia; “quem não defende os seus direitos, não os merece, torna-se um cidadão de segunda classe”.

Apesar de todos os percalços, das dificuldades que momentaneamente enfrentas por conta daqueles que só agem em benefício próprio e não possuem espírito coletivo; acredito na sua capacidade de superação, na força de seu povo.

Acredito em você, Itabuna!

Acredito num futuro melhor, que estou disposto a continuar colaborando com todas as minhas forças para construir.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

BOLSA FAMÍLIA, GATOS E GATUNOS

O Bolsa Família é um dos principais, senão o principal programa de transferência de renda do Governo Federal. Graças a esse programa, milhões de famílias romperam a barreira da miséria e da exclusão social e passaram a levar uma vida menos sofrida.

Trata-se obviamente de um programa assistencialista, um paliativo, quando o desejável seria gerar empregos para que todos pudessem ter acesso ao mercado de trabalho, sem depender da benemerência oficial.

Mas, na conjuntura de um Brasil desigual ao longo dos séculos e séculos amém, o Bolsa Família é mais do que necessário, é imprescindível.

As pessoas necessitadas que integram o programa sabem o quanto é importante receber recursos que ajudam no reforço alimentar, na compra de roupas, remédios, material escolar. E reconhecem a validade do Bolsa Família, a ponto do presidente Lula ser tratado com quase idolatria justamente pelas camadas mais pobres da população.

Em algumas das mais paupérrimas regiões do Norte/Nordeste, onde o Bolsa Família é a maior fonte de renda, não é raro ver fotos de Lula ao lado do indefectível Padim Ciço, como se fosse uma espécie de divindade a zelar pelos mais pobres.

Mas, nem um programa bem intencionado como o Bolsa Família está a salvo da malandragem, da onda de picaretagem que assola esse país.

Recentemente, descobriu-se que Eurico Siqueira da Rosa, coordenador do Bolsa Família no município de Antonio João, no Mato Grosso do Sul, cadastrou o próprio gato, chamado Billy, como beneficiário do programa.

Billy foi inscrito com o sobrenome de seu dono, virou Billy Siqueira da Rosa, possuía número de identificação social, cartão magnético e vinha recebendo R$ 20 mensais do Governo Federal como complementação de renda.

Quando a gatunagem foi descoberta, o gatuno perdeu o emprego e o gato voltou a caçar ratos para reforçar a alimentação.

O gato foi pego com a pata no cartão do Bolsa Família, mas a gatunagem é uma prática difícil de conter.

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União realizada nos programas sociais do Governo Federal, revelou que mais de 40 mil candidatos às eleições de 2006 e 2008 eram beneficiários do programa Bolsa-Família.

O TCU pegou os gatunos com a mão grande no dinheiro destinado à combater a pobreza ao fazer o cruzamento dos CPFs dos candidatos registrados na Justiça Eleitoral com os dos beneficiados pelo programa.

Não foi apurado quantos desses candidatos a grandes gatunos foram eleitos, mas não é de todo equivocado imaginar que a maior parte deles, a partir da posse, tratou de dar um jeitinho de aumentar a rapinagem nos cofres públicos.

Afinal, quem rouba uma bolsa (ainda por cima uma Bolsa Família!), assalta um bolso e por aí vai, numa escala que começa numa modesta câmara municipal ou prefeitura perdidas nos rincões poeirentos do Brasil e vai terminar lá nos gabinetes refrigerados de Brasília.

Nessa roubalheira sem limites, o povo é quem paga o gato, quer dizer, o pato.

Ou melhor, paga o gato, o pato e esse bando de sem-vergonhas!

terça-feira, 5 de maio de 2009

VODU ACHOCOLATADO


O bochicho corre à boca pequena entre experts do setor: uma doença grave está atacando os cacaueiros da África, líder mundial na produção de cacau.

Em função disso, pessoas bem informadas e, principalmente, com dinheiro no bolso estariam comprando fazendas de cacau a preço de banana no Sul da Bahia, de olho nos lucros que podem advir de uma eventual quebra de safra na África.

Seria?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

LULA TRI?


Vez por outra surgem vozes defendendo um terceiro mandato consecutivo para Lula, o que implica em mudança na Constituição.

Agora é o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (elle mesmo!), que vem a público para dizer que Lula só não conseguirá a re-reeleição se não quiser.

Segundo Collor, “se perguntarmos à população se ela está de acordo com um terceiro mandato, pelo menos metade aprovará. Dos 17 partidos com representação no Congresso, 13 ou 14 fazem parte da base de sustentação do governo”.

Por enquanto, Lula resiste bravamente à tentação de seguir o exemplo de seus “hermanos” Hugo Chaves (Venezuela), Evo Moraes (Bolívia) e Rafael Correa (Equador), que já mudaram a Constituição e podem tentar se reeleger ´asta la eternidad´.

A pergunta é: continuará resistindo caso a candidatura de Dilma empaque e o Palácio do Planalto ficar a um passo de ser habitado por José Serra a partir de janeiro de 2011?

Collor, em caso do terceiro mandato vingar, já escolheu os presentes que vai dar a Lula: um moderno aparelho de som e um DVD com os melhores momentos de uma tal de Miriam Cordeiro.

Ah, as voltas que o mundo dá...

Ilhéus sedia Festival Nacional do Chocolate


Conhecida em todo o mundo através do escritor Jorge Amado, Ilhéus é também a cidade onde floresceu a chamada Civilização Cacaueira, que se espalhou pelo Sul da Bahia graças a um fruto que é a base para a produção de um produto apreciado por todos, o chocolate. Embora responda por mais de 90% do cacau cultivado no Brasil, a região tem uma produção incipiente, deixando de agregar valor à sua principal matéria-prima. A produção de cacau em amêndoas gera R$ 300 milhões por ano, enquanto que a produção de chocolate movimenta R$ 4 bilhões por ano.

Mudar essa realidade, oportunizar novos negócios e ao mesmo atrair visitantes do Brasil e do exterior são alguns dos objetivos do Festival do Chocolate da Costa do Cacau, que acontece de 10 a 14 de junho, no Centro de Convenções de Ilhéus. “Conhecido com a Costa do Cacau, O Sul da Bahia é o cenário perfeito para um evento que gira em torno de um produto que é unanimidade mundial, o chocolate”, afirma o promotor do evento, Marco Lessa, do Costa do Cacau Convention. Além do incentivo à produção e consumo de chocolate, Lessa destaca que “Ilhéus também têm como forte apelo o turismo de sol e praia, aliado a uma cultura e história ricas. O Festival do Chocolate tem tudo para se consolidar como um dos eventos mais importantes da Bahia”.

O MUNDO DO CHOCOLATE

O festival será dividido em três atividades. A Feira do Chocolate será uma exposição com diversas entidades, órgãos públicos e empresas que representam os mais diversos setores relacionados à produção do cacau e do chocolate, como fabricantes de equipamentos para produção, as principais indústrias de chocolate, pequenas fábricas, fazendas, empresas de representação e distribuição, stands de venda ao consumidor final e outros. No total serão 16 stands montados no salão Nacib, que possui ar condicionado, fundamental para a exposição do produto.

A Jornada do Chocolate incluirá workshops, cursos e oficinas, tratando da produção em diversas escalas, produção cooperada, produção associada ao turismo, linhas de crédito, equipamentos para pequena produção, programas de governo para o setor e cursos para produção caseira. Também será feita a avaliação de mercados produtores e consumidores, técnicas de manejo para produção do cacau fino e orgânico, certificações, sustentabilidade e outras novidades e assuntos sobre o tema.

O Planeta Chocolate será montado no hall do Centro de Convenções, voltado para o público infantil e adulto. Será montado um grande parque com o tema Chocolate, com brinquedos, atividades educativas, animadores, personagens infantis. O Planeta Chocolate terá ainda atividades para conscientização sobre o meio ambiente, pontos para comercialização de produtos como chocolate, doces, sucos, salgados, enfim, um universo alegre e colorido para crianças de todas as idades viverem a magia do Planeta Chocolate.

“A partir dessas atividades, vamos posicionar o Sul da Bahia como produtor de um cacau de excelente qualidade e como produtores de um Chocolate com padrão internacional”, diz Marco Lessa. O Festival do Chocolate da Costa do Cacau tem o apoio do Costa do Cacau Convention, Prefeitura de Ilhéus, Ceplac, Chocolates Garoto, Associação de Turismo de Ilhéus, Secretaria Estadual de Turismo, Bahiatursa, SEBRAE, o Formigueiro e Banco do Nordeste. Maiores informações envie e-mail para ilheus@m21.com.br.

domingo, 3 de maio de 2009

CHUTEBOL

Previsão do tempo:

Corinthians campeão paulista

Flamengo campeão carioca

Vitória campeão baiano

sábado, 2 de maio de 2009

RSF E A LEI DE IMPRENSA

BRASIL
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REVOGA A LEI DE 1967 : "UMA GRANDE VITÓRIA PARA A LIBERDADE DE IMPRENSA"

Repórteres sem Fronteiras parabeniza a decisão histórica do Supremo Tribunal Federal (STF) que revoga a Lei de Imprensa de 1967. Por onze votos a sete, a mais importante jurisdição do país pronunciou-se, em 30 de abril de 2009, a favor da extinção da totalidade desse texto repressivo, adotado durante a Ditadura militar (1964-1985).

"Muito tempo depois da volta à democracia, em 1985, a Lei de Imprensa de 1967 continuou a servir de meio de pressão ou represália contra os jornalistas. Às vésperas do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, Repórteres sem Fronteiras regozija-se por várias razões com a decisão do STF. Os termos da Lei de Imprensa de 1967 contrariavam os princípios garantidos pela Constituição democrática de 1988. Esse absurdo jurídico devia ser removido. Por outro lado, esse texto tinha, como objetivo confesso, amordaçar a imprensa, agravando, para os jornalistas, as penas previstas no Código Penal contra certos delitos de opinião. Por fim, com a revogação total da Lei, o estado de direito venceu a lógica dos 'anos de chumbo'. Trata-se de uma vitória da democracia", declarou a Organização.

Com ação protocolada desde 2007 pelo deputado federal Miro Teixeira, o STF revogou a totalidade da Lei de Imprensa de 9 de fevereiro de 1967, que previa penas de prisão para delitos de imprensa. Em 27 de fevereiro de 2008, havia suspendido por liminar (decisão provisória) de seis meses - reconduzida no mês de setembro seguinte - a aplicação de vinte dos setenta e sete artigos do texto. Tratava-se dos dispositivos mais repressivos, relativos aos delitos de "difamação", "injúria" e "calúnia", aumentando as penas já previstas no Código Penal.

Embora tornados caducos pela Constituição de 1988, foram esses mesmos artigos que suscitaram mais polêmicas. Alguns ministros do STF desejavam mantê-los em nome da "proteção à vida privada, honra e imagem das pessoas". Criou-se novo debate a respeito do direito de resposta, previsto pela Lei de 1967. Os ministros que votaram a revogação total argumentaram que esse direito já era garantido pela lei anterior, que datava de 1923, e o artigo 5 da atual Constituição.
Iniciador desse processo de revogação, o deputado Miro Teixeira tinha dado como principal motivo o fato de que '"nenhuma lei jamais poderia influir no conteúdo da informação". O Presidente do STF, Celso de Mello, repetiu essas palavras ao final dos debates: "Nada é mais nocivo e perigoso do que a pretensão do Estado de regular a liberdade de expressão e pensamento."

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O ano do porco

No último século o mundo experimentou avanços tecnológicos especulares, como se até ali a humanidade caminhasse a passos lentos e num passe de mágica, passou a caminhar na velocidade da luz.

Tudo bem é apenas força de expressão, porque mágica não combina com ciência.

É possível dizer que em apenas um século, o planeta avançou o equivalente a vários milênios em nível de tecnologia.

Avanços que tornaram a vida mais fácil e prática, que descobriram o tratamento e a cura para doenças antes fatais, que transformaram o mundo numa aldeia global.

Não há como negar, portanto, os benefícios da tecnologia.

Mas será mesmo que a vida se tornou mais fácil e mais prática?

Que os avanços da medicina resultam em qualidade de vida ou que a aldeia global também significa inclusão social.

Nesse caso, a resposta é: não.

Em que pesem os avanços da tecnologia, ainda somos obrigados a conviver com um planeta extremamente desigual, onde uns poucos tem acesso à tudo e a maioria não tem acesso à nada. Ou tem acesso apenas às migalhas.

Um mundo dividido por um muro virtual/real que separa os poucos muito ricos dos muitos muito pobres.

Um mundo em que apesar dos conhecimentos adquiridos, o homem é cada dia mais predador da natureza, utilizando os recursos naturais como se eles fossem infinitos. E eles não são.

Paradoxalmente, a impressão que se tem é de que quando mais o homem parece avançar mais ele recua.

Como se avançasse para fechar um ciclo, já que a devastação ensandecida fatalmente vai levar ao esgotamento do planeta e, por extensão, da humanidade.

Essas observações vêm a propósito diante da mais recente ameaça à saúde da população, que atende pelo curioso nome de “gripe suína”.

Uma doença surgida no México e que em poucos dias se espalhou pelo mundo, na mesma velocidade da tecnologia. Do México para os Estados Unidos, de lá para o Canadá, para a América do Sul, a Europa, a Ásia, a Oceania, a África.

Uma reles gripe, mas de efeito mortal, prestes a se tornar uma pandemia de proporções bíblicas, embora, com justa razão, a própria Organização Mundial de Saúde, embora alerte para a gravidade do problema, faz o possível para evitar um clima de pânico entre a população.

É um contra-senso que em meio aos avanços tecnológicos, o homem tenha sua vida ameaçada por uma doença aparentemente banal. Que nem a mais avançada das tecnologias ainda se mostre incapaz de conter doenças aparentemente banais, controlando-as no nascedouro.

A gripe suína e outras doenças de escala mundial, as grandes variações climáticas e as catástrofes naturais que se repetem não seriam um sinal de alerta?
Não de um profeta, seja ele falso e verdadeiro, mas de um planeta que clama aos seus filhos dotados de inteligência (?), para ser repensado.

Enquanto ainda é tempo...